Em agosto de 1991, Linus Torvalds anunciava a todos a criação de um sistema operacional livre. Em suas próprias palavras, a ideia não era a criação de algo tão “grande e profissional”, também pelas limitações de hardware com a qual contava, e assim a ideia do Linux começava a tomar forma. Passados 20 anos, o núcleo criado por Torvalds se apresenta como uma das mais amplas e personalizáveis soluções para a computação.
O ano de 2011 marca a comemoração das duas décadas de existência do sistema do pinguim que, amados por uns, odiados por outros, está hoje em locais que você nem imagina: caixas eletrônicos, tablets e smartphones, mantendo os computadores do sistema financeiro global e, principalmente, na esmagadora maioria dos supercomputadores existentes no mundo.
Um pouco de história
O ano era o de 1991 e a data exata, 25 de agosto. O finlandês Linus Torvalds, então estudante de Ciência da Computação da Universidade de Helsinque, Finlândia, envia uma mensagem para uma lista de discussão na qual avisa que está criando um sistema livre. A princípio apelidado de “Freax” por Torvalds, o núcleo teve seu novo nome sugerido por Ari Lemmke, administrador do diretório no qual o sistema esteve disponível.
Em 5 de outubro do mesmo ano, é lançado o Linux 0.02, primeira versão pública do núcleo. No entanto, Linus afirmou em entrevista que mais duas datas podem ser comemoradas como “marco inicial” do sistema criado por ele: 17 de setembro (data de lançamento do Linux 0.01, que foi distribuído apenas entre algumas pessoas mais próximas a ele) e 3 de julho (data do primeiro registro sobre o desenvolvimento do projeto Linux).
AmpliarAcontecimentos-chave na história do Linux (Fonte da imagem: Linux Foundation)
Independente do exato dia em que o sistema criado por Torvalds completa 20 anos, o fato é que ele ganhou o mundo rapidamente. Uma das explicações para esse fato foi o tipo de licença escolhida por seu criador, a GPL (GNU General Public Licence ou, traduzido, licença pública geral GNU), criada por Richard Stallman, um dos mais icônicos e ferrenhos defensores do software livre.
A GPL funciona, basicamente, sob quatro princípios:
• Liberdade de usar o programa para qualquer propósito;
• Liberdade de adaptar o programa às suas necessidades;
• Liberdade de redistribuir cópias de seu produto final; e
• Liberdade de melhorar o programa para que toda a comunidade se beneficie dele.
Abaixo, você confere o vídeo comemorativo das 20 primaveras do Linux:
Linux no mundo
O Linux é, de fato, apenas o núcleo sobre o qual é desenvolvida uma distribuição. Ubuntu, Fedora, Mandriva, Kurumin, Slackware e Android são alguns dos sistemas operacionais que fazem uso do kernel Linux. Em 1993, dois anos após o Linux ser lançado, o Slackware Linux começa a ser usado de forma mais abrangente, sendo a primeira “distro” a ganhar grande destaque.
Quem pensa que Linux é apenas coisa de nerd se engana. Além da parte política e ideológica que há por trás do software livre, o sistema também se mostra competitivo em um planeta cada vez mais ligado ao computador. Se no mundo dos computadores pessoais a popularidade do sistema não é tão grande, no restante, o Linux vai de vento em popa.
Recentemente, o diretor executivo da Fundação Linux Jim Zemlin disse que enfrentar a Microsoft já não é problema. Segundo Zemlin, “eles [a Microsoft] costumavam ser nosso grande rival, mas agora é como chutar cachorro morto”. A justificativa seria a de que o Linux ultrapassou a empresa de Bill Gates em quase todos os segmentos em que disputam, salvo o de PCs.
Zemlin continua e alega que, hoje, o Linux “tornou-se a plataforma pela qual circula 70% do sistema financeiro global, a plataforma pela qual circula a maior parte do tráfego da internet, seja o Facebook, Google ou Amazon”. Isso sem contar Android (sistema operacional móvel mais usado no mundo), Kindle (leitor eletrônico da Amazon) e “mais de 90% dos top 500 supercomputadores do mundo”.
No artigo “10 coisas que não existiriam se não fosse o Linux”, você encontra outras aplicações que fazem uso do sistema operacional livre. Este infográfico faz uma comparação entre o mundo do Linux na época do seu surgimento e o o mundo do pinguim nos dias atuais:
Em 2007, várias empresas se juntaram para criar a Linux Foundation, uma fundação que seria responsável pela expansão e desenvolvimento do kernel livre. Entre seus mais de 100 membros, estão empresas conhecidas do mundo da tecnologia como IBM, AMD, Intel, Nokia, Sony, Motorola, HP, Toyota, Google e várias outras. Aqui você encontra a lista completa de todos os membros.
Linux 3.0
Em 21 de julho deste ano, Linus Torvalds anunciou o lançamento do Linux 3.0. Apesar de Torvalds afirmar que não há nenhuma grande mudança, mas apenas uma renumeração da versão do sistema (cuja versão anterior era a 2.6.39.4), alguns recursos merecem destaque. São eles:
• Suporte ao Kinect;
• Melhorias em drivers abertos de dispositivos da AMD, Intel e Noveau;
• Suporte para arquitetura Ivy Bridge da Intel; e
• Suporte ao CleanCache.
Se quiser, acesse a página Kernel.org e faça o download da última versão estável do núcleo do sistema, porém, compilá-lo para uso pode ser bem trabalhoso. É provável que os próximos grandes lançamentos das principais distribuições já estejam usando o Linux 3.0, então, a outra opção é esperar mais um pouco.
Vinte anos depois, o Linux se tornou um sistema robusto e respeitável. Cidadãos e empresas de todo o mundo contam com uma alternativa livre e capaz de ser adaptada às suas necessidades. Comemore você também as duas décadas de existência do sistema operacional do pinguim.
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