Volante, dispensado de treino, é reconhecido por grupo e sai muito machucado. Jogador esteve no hospital e depois registrou ocorrência.
O volante João Vitor foi alvo da selvageria de torcedores do Palmeiras
na tarde desta terça-feira na capital paulista. Machucado e fora do jogo
contra o Flamengo, o jogador tinha sido liberado do treino e seguiu com
um cunhado e um amigo à loja oficial do Verdão, localizada no estádio
Palestra Itália, no bairro da Pompeia, para comprar camisas do clube.
Ele foi reconhecido por um grupo de cerca de 15 torcedores e agredido
com vários chutes na boca. Os acompanhantes também sofreram com o
ataque.
Com muitos ferimentos no rosto, João Vitor foi encaminhado para o
Hospital São Camilo, próximo ao local, onde foi atendido. Ele chegou
escoltado por duas viaturas da Polícia Militar. Depois, o volante seguiu
com os policiais para registrar a ocorrência na 23ª DP, no bairro de
Perdizes. Mas como a delegacia estava fechando, foi encaminhado para a
7ª DP, na Lapa. Na saída de uma para outra, apenas disse que esclarecerá
tudo nesta quarta.
- Amanhã (quarta) eu falo com vocês (jornalistas) no CT - resumiu João Vitor.
Segundo informações da PM, havia pedaços de madeira diante da loja
oficial do clube no momento da agressão. Quando chegou ao local, a
polícia não encontrou os agressores, mas encaminhou João Vitor para o CT
do Palmeiras, perto dali. Depois, com o auxílio de representantes do
clube, ele foi conduzido para o hospital.
Os jogadores do Palmeiras ficaram sabendo do ocorrido quando João Vitor
foi levado ao CT. Alguns atletas ainda não tinham embarcado no ônibus
que levaria a delegação para o aeroporto, para a viagem ao Rio de
Janeiro, local do confronto com o Flamengo na quarta. O clima é de
apreensão dentro do elenco, e um dos jogadores, que não quis se
identificar, chegou a falar em "terror". Temendo novos ataques, todos se
preparam para tomar novas medidas de precaução - por exemplo, evitar
sair de casa até mesmo para atividades simples. Por causa do episódio, o
grupo palmeirense não viajou para o Rio e só embarca nesta quarta.
Diretoria e comissão técnica se reuniram para falar sobre o caso. Todos
adotam o silêncio em um primeiro momento. Mas o presidente Arnaldo
Tirone falou com o GLOBOESPORTE.COM, por telefone, e repudiou a atitude
do grupo de torcedores.
O ex-jogador Ronaldo, indignado ao saber da agressão, já demonstrou apoio através do Twitter.
- É um absurdo o que aconteceu com o jogador João Vitor do Palmeiras!!
Mais que minha solidariedade, minha indignação com a agressão sofrida.
Enquanto ninguém for preso, julgado e condenado, agressões a jogadores
de times de futebol não irão acabar - postou o ex-atacante do
Corinthians.
Por sorte, um carro da polícia militar estava passando pelo local no
momento da confusão e prestou socorro aos três agredidos. Segundo o
sargento Antônio Ribeiro Sampaio, os torcedores não foram identificados e
João Vitor seguiu em seu próprio carro até o hospital.
- Estávamos passando na rua Turiassu quando nos deparamos com uma briga
generalizada, entramos para apartar e percebemos que eles estavam
focando em três vítimas. Mesmo protegendo-os, tentavam continuar as
agressões. Chamamos reforços e eles (torcedores) sumiram com medo de
serem presos - disse.
- Não deu para identificar os agressores. Na hora, só pensamos em
proteger as três vítimas (jogador, cunhado e amigo) de novas agressões. O
João Vitor disse na chegada ao hospital que achava que eram torcedores
da Mancha Verde - afirmou Sampaio.
Curiosamente, o momento de maior destaque de João Vitor no Palmeiras
foi ao perder o único pênalti a favor do Alviverde na disputa contra
Corinthians, na semifinal do Campeonato Paulista deste ano. O Verdão
acabou eliminado no duelo.
Não é a primeira vez que alguém do Palmeiras tem problemas com
torcedores. No fim de 2008, o técnico Vanderlei Luxemburgo foi agredido
no Aeroporto de Congonhas e teve um braço quebrado. Em 2009, foi a vez
de Vagner Love apanhar em uma agência bancária, perto do clube.
Em 2011, mais problemas e com mais frequência. Marcos Assunção discutiu
com um grupo de uma organizada em Porto Alegre. O atacante Luan também
sofreu com vandalismo: após a goleada por 6 a 0 sofrida para o Coritiba,
na Copa do Brasil, o carro dele foi atingido por um coquetel molotov,
atirado de fora do CT. Recentemente, Kleber viu torcedores protestarem
contra ele na porta do condomínio onde mora, em Osasco, na Grande São
Paulo. A torcida também pichou os muros do Palestra Itália com insultos
ao Gladiador.
Fonte: Globo Esporte
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