O estado de saúde de Ricardo Gomes sofreu uma piora considerável desde o momento em que ele deu entrada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Pasteur, no Rio de Janeiro. Munhoz também confirmou o que a "Rádio Globo", do Rio, adiantara momentos antes: que o treinador sofreu um acidente vascular encefálico hemorrágico, está sedado e respira por aparelhos.
A possibilidade de sequelas e o risco de morte não foram descartados pelo médico do clube, que, no entanto, preferiu falar sobre essas chances de forma geral. "O importante agora é fazer isso [cirurgia] no menor tempo possível e evitar que ele tenha qualquer sequela cerebral", explicou. Ele também elogiou a estrutura do hospital para a realização do procedimento. "Aqui tem uma estrutura de anestesia, de aparelhagem de primeiro mundo. Como o Ricardo é uma pessoa forte, saudável, ele vai suportar bem a cirurgia", disse. O estado do treinador é considerado grave pelos médicos, já que esse tipo de acidente vascular é considerado um dos mais graves, com mais complicações do que um simples acidente vascular cerebral (AVC). Ricardo Gomes está sendo avaliado neste momento por uma junta médica que vai definir se haverá ou não necessidade de uma operação. O AVC hemorrágico ocorre quando algum vaso do cérebro se rompe dentro do cérebro, causando a hemorragia.
O treinador passou mal no segundo tempo da partida contra o Flamengo, neste domingo, no Engenhão (empate por 0 a 0), e teve de deixar o gramado em uma ambulância, diretamente para o centro médico do estádio e, logo em seguida, para o Hospital Pasteur. Clóvis Munhoz disse que não houve demora na remoção do treinador do estádio para o hospital.
"Não, pelo contrário. O atendimentro foi até rápido demais, o normal não é ser tão rápido assim. E o que foi feito pelo departamento médico lá [no Engenhão} não foi nada que atrapalhou. Você tem que ter alguns cuidados, pegar veia, tirar pressão, fazer exame neurologico o mais rápido que seja para que ele possa vir na ambulancia com o minimo de segurança", explicou.
Após a partida, Munhoz dissera que, em princípio, o comandante cruzmaltino teve um quadro de "isquemia transitória". "Ele foi levado para o departamento médico aqui do Engenhão, onde foi atendido pela equipe médica de emergência que estava de plantão. Ele teve um quadro de aumento de pressão, muito nervoso, e imagino que ele tenha um quadro de isquemia transitória que a gente só vai poder saber a gravidade após os exames", disse o médico.
Esta não é a primeira vez que o treinador tem um mal estar em uma partida importante. Em 2010, quando era técnico do São Paulo, Ricardo Gomes sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) após o clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. Mas o médico vascaíno rechaçou qualquer relação.
"Não tem nada a ver uma coisa com a outra. O que ele teve no São Paulo foi praticamente desprezível e, na época, ele foi exaustivamente investigado e nada foi encontrado. Não vejo nenhuma relação com o que houve lá", afirmou Munhoz.
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